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20/01/2021
Imagem: perutskyy, de envatoelements Imagem: perutskyy, de envatoelements

Existe uma grande dúvida sobre a qualidade e dar ou não ração para os animais de estimação. É importante saber que a ração do seu pet pode ser mais rica em nutrientes, fibras, proteínas e vitaminas do que muitos pratos vendidos por aí consumidos por seres humanos.

A composição e o processo de fabricação da ração são muito bem estruturados e com cuidados em sua produção, que vão desde a seleção dos fornecedores e matérias primas à elaboração de embalagens, que garantem a preservação do alimento e suas propriedades.

Em relação a sua composição, um alimento seco para animais sempre tem uma parte de ingredientes de origem vegetal, que geralmente são as fontes de carboidratos, além de proteínas (que podem ser de origem animal ou vegetal, mas na maior parte das vezes é de origem animal) e gorduras. Esses são considerados os três grupos de macroingredientes.

O que muda, principalmente quando se fala de qualidade de produto final, aquele que vai no pote do seu pet, são as escolhas das fontes dessas três categorias. Dependendo dos ingredientes que são escolhidos, pode ser necessário, por exemplo, incluir outras fontes de fibras para fazer a regulação do trânsito intestinal. Isso porque existem ingredientes vegetais que têm mais fibra, outros menos.

Para se ter uma ideia, o grão de milho é muito utilizado como fonte de carboidrato na alimentação animal de cães e gatos. Porque ele tem muito mais nutrientes do que a batata, por exemplo, além de uma quantidade boa de fibras, de carotenóides, etc. Muito diferente do arroz, que tem as suas propriedades, mas não é boa fonte de fibras.

“Para falar de alimento seco, que é 98% dos alimentos para cães e gatos vendidos no Brasil hoje, o milho e outras fontes de carboidratos têm uma função muito importante, que é a estrutural. Ele ajuda a fazer com que aquela bolinha da ração (pellets) se forme e fique bem estruturada. Uma função tecnológica, além da nutricional”, explica Cristiana Fonseca Ferreira Pontieri, doutora em nutrição de cães e gatos e diretora de Pesquisa e
Desenvolvimento de Produtos da PremieRpet.

A composição de origem animal que constitui a formação da ração, além da importância das proteínas e gorduras, também é fonte de alguns minerais, como cálcio, ferro, cobre, entre outros.

Além desses elementos que fazem parte da construção básica da ração (carboidratos, proteínas, gorduras e fibras) ainda são inseridos os suplementos, como vitaminas, aminoácidos, nutracêuticos, etc.

Sendo assim, pensando numa pizza na construção da ração, temos as fatias de origem vegetal, de origem animal e de suplementos. Eles são chamados de “premix vitamínico”. Quando se fala em “premix” seria um composto de vitaminas já balanceadas para essa finalidade, porque é muito raro alguma fábrica comprar separado a vitamina A, C ou D. Geralmente, como essas dosagens têm de ser extremamente precisas e em pequenas quantidades, geralmente as empresas compram essa mistura pronta.

Voltando a ideia da pizza, não se pode esquecer dos conservantes e os corantes. Os primeiros estão na fatia dos aditivos tecnológicos. Afinal, sua propriedade é importante para garantir a durabilidade, segurança e características do produto.

Já os corantes não têm nenhuma informação nutricional ou uma função tecnológica. É realmente pra uniformizar cor ou agradar o tutor. Mas nem para o animal, nem para o processo produtivo eles têm funções. “Não pode nem ser considerado aditivo tecnológico porque quando se fala de aditivo tecnológico significa que vai ajudar no processo de fabricação em si, o que não ocorre nos corantes”, afirma Cristiana Pontieri.

Diferente do que ocorre com os conservantes, que ajudam no processo de conservação do produto após o estar pronto.

Quando o assunto é agradar os nossos melhores amigos, os palatabilizante fazem esse papel com excelência. Também não são considerados aditivos tecnológicos, mas são importantes para estimular os pets a comerem.

Processo de fabricação
Falando do processo de fabricação da ração, de forma bem simplificada, a maioria dos ingredientes já vem seco. Então, tudo que é utilizado na fabricação de ração extrusada já tem uma umidade baixa, que não passa dos 10%.

No começo é feita a misturam desses ingredientes e a moagem para que as partículas fiquem homogêneas. Depois, essa mistura de ingredientes vai para uma máquina chamada de extrusora, que fará duas coisas importantes: estruturar e cozinhar esse amido, tornando-o digestivo e eliminando todos os possíveis contaminantes de origem microbiana.

No caso da ração, quando essa mistura chega na extrusora, ela tem uma parte da máquina que adiciona vapor, um pouco de água para cozinhar o amido. Nesse passo, a mistura chega a ter de 18% a 22% de umidade. E, no final, a extrusora tem um disco cheio de buraquinhos, que é o lugar que dá o formato da ração, passando finalmente para a secagem, com posterior adição da cobertura e embalagem.

A embalagem é importante
Muitos que acham que as embalagens só são formas para levar a ração, não imaginam a tecnologia envolvida. Fabricantes investem muito em embalagens para criarem barreiras contra a umidade, iluminação, entre outras proteções para que o alimento mantenha suas características e, principalmente, não permita a criação de microrganismos que são prejudiciais aos pets.

“É importante que o tutor saiba sobre essa proteção porque criamos muitas barreiras para conservar bem o produto e normalmente a pessoa tira e coloca num pote plástico transparente. Assim, o tutor está permitindo a troca de ar toda hora e a entrada de luz, que acelera a oxidação das gorduras e os nutrientes”, completa a especialista. Ou seja, deixar na embalagem original é melhor.

fonte: Portal Animal de O Estado de S.Paulo