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02/02/2016
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A capacidade de compostos fenólicos, incluindo flavonóides, ácidos fenólicos e taninos para atuar como antioxidantes têm sido extensivamente investigados.
Os taninos são encontrados em altas concentrações em grãos, legumes, ervas, frutos e frutas (como por exemplo, cacau, uvas, amora, mirtilo, ameixa, açaí, entre outros) e em bebidas derivadas de plantas. O consumo humano médio de taninos é estimado em pelo menos de 1 g/dia podendo atuar como uma significativa fonte de antioxidantes alimentar.

Em geral, os taninos apresentam alto peso molecular (Mr> 500) e muitos grupos fenólicos. Os compostos típicos dos três principais grupos de taninos são: os taninos condensados (proantocianidinas), os taninos hidrolizáveis, e os florotaninos (encontrados somente em algas marinhas marrons).
O grau de polimerização desses compostos foi correlacionado com a capacidade de eliminar radicais livres. Os taninos, que são altamente polimerizados e tem muitos grupos hidroxilo fenólicos, são capazes de atuarem como antioxidantes muito eficazes.
As proantocianidinas são catequinas oligoméricas, ligadas covalentemente entre si. Dímeros e trímeros são os mais comuns, mas o grau de oligomerização pode ser maior e ocorrem pela associação de várias unidades monoméricas de (+)-catequinas e (-) epicatequinas.
Os taninos hidrolisáveis são um grande grupo de polifenóis solúveis em água. São geralmente subdivididos em galotaninos e elagitaninos, os quais liberam após hidrólise no trato gastrointestinal humano os ácidos gálico e elágico respectivamente. Ambos os elagitaninos e ácido elágico são metabolizados pelo microbiota do cólon de diferentes mamíferos, incluindo ratos, suínos e seres humanos. Em todos estes casos, ocorre produção de dibenzopiranonas conhecidos como urolitina A e o seu análogo monohidroxilado conhecido como urolitina B. Portanto, no intestino o ácido elágico parece ser transformado por clivagem do anel lactona, incluindo reações de descarboxilação e desidroxilação.

Estes compostos desempenham um papel importante na nutrição e são dotados de inúmeras propriedades biológicas, incluindo antioxidantes, anticancerígenas anti-aterosclerótica, anti-inflamatória, anti-hepatotóxica, antibacteriana etc.

Devido a ausência de trabalhos avaliando os taninos como possíveis antioxidantes em cães, nesta edição veremos dois artigos (um estudo in vitro e outro em humanos) os quais avaliaram a atividade antioxidante dos polifenóis presentes em plantas e bebida à base de fruta. Este conhecimento é importante para que mais estudos nesta área sejam desenvolvidos, com o propósito de maiores esclarecimentos sobre a ação destas substâncias na saúde de animais de companhia.


Proc. Of IIndIS on Human Health Effects of F&V .
COMPOSTOS POLIFENÓLICOS DE PLANTAS DE ELEVADO PESO MOLECULAR (TANINOS) COMO ANTIOXIDANTES BIOLÓGICOS
Ann E. Hagerman, Ken M. Riedl, G. Alexander Jones, Kara N. Sovik, Nicole T. Ritchard, Paul W. Hartzfeld, Thomas L. Riechel

Resumo: Taninos condensados e hidrolisáveis e seus respectivos fenólicos simples foram avaliados como antioxidantes biológicos utilizando a voltametria cíclica, ensaio metamioglobina, e o ensaio de desoxirribose. O potencial redox dos taninos foi semelhante aos de compostos fenólicos simples estruturalmente semelhantes. No entanto, os taninos foram 15-30 vezes mais eficazes em eliminar os radicais peroxil do que fenólicos simples ou Trolox. Um dos taninos, glicose poligaloil, reagiu de uma ordem de grandeza mais rápida do que com o radical hidroxil manitol. Estes resultados sugerem que os taninos, que são encontradas em muitos alimentos e bebidas à base de plantas, são potencialmente antioxidantes biológicos muito importantes.

J. Agr. Food Chem., 1998, 46, 1887-1892
AUMENTO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E INIBIÇÃO DA PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA EM ADULTOS SAUDÁVEIS CONSUMINDO BEBIDA À BASE DE AÇAÍ (EUTERPE OLERACEA)
Autores: Schauss, A.G., Wu, X., Jensen, G.S.

Resumo: As antocianinas, polímeros de proantocianidinas e outros fitoquímicos são os compostos fenólicos predominantes no açaí.
Desse modo, foram avaliadas in vitro e in vivo as propriedades de uma mistura de suco à base de açaí. Estudo in vitro: Inicialmente, o perfil fenólico para a bebida foi determinado, e um ensaio de proteção antioxidante à base de células (PAC-e), o que mostrou que os antioxidantes na bebida podem penetrar nos eritrócitos e protegerem significativamente a células do dano oxidativo in vitro (p <0,001). Células polimorfonucleares (PMN) expostas à bebida mostraram redução significativa na formação de espécies reativas de oxigênio (ROS) e também apresentaram uma redução significativa da migração em direção a três quimiotáxicos pró-inflamatórios.
Estudo in vivo: Um estudo aleatório, duplo-cego, controlado por placebo, foi realizado sobre a bebida usando 12 voluntários saudáveis, entre 19 e 52 anos de idade. Em ambos uma e duas horas pós-consumo, um aumento estatisticamente significativo da capacidade antioxidante dentro dos indivíduos foi observado com base no ensaio de PAC-e realizada em soro (p <0,03 e p <0,015).
Além disso, uma diminuição estatisticamente significativa na peroxidação de lipídeos no soro foi observada utilizando o ensaio de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em duas horas após o consumo (p<0,01), em conjunto, sugerindo um efeito antioxidante in vivo e, por conseguinte, a biodisponibilidade da bebida a base de açaí. O efeito antioxidante altamente significativo do tratamento com suco à base de açaí em células no ensaio de PAC-e, tanto in vitro como in vivo em seres humanos, sugerem que os componentes antioxidantes da bebida são capazes de entrar nas células vivas e proteger as células da agressão oxidativa e também são capazes de entrar no soro após o consumo e contribuir para a proteção in vivo. A redução significativa da peroxidação lipídica como medido utilizando o ensaio TBARS sugere ainda que o consumo desta bebida resulta na proteção de lipídios contra danos oxidativos.

Por: Karla dos Santos Felssner.

PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA DA REVISTA PET FOOD - EDIÇÃO NOVEMBRO-DEZEMBRO DE 2015