Instituto de Pesca desenvolve ração para carnívoros sem usar farinha de peixe

O Instituto de Pesca (IP-APTA) apresentou ao setor produtivo uma nova ração sustentável para peixes desenvolvida em parceria com a BRF Ingredients – unidade de negócios especializada na produção de ingredientes de alta performance para as indústrias de nutrição e saúde. A nova ração foi elaborada para a alimentação de truta arco-íris e teve toda a farinha de peixe substituída por insumos sustentáveis e subprodutos da indústria animal.

Para a pesquisadora do Instituto de Pesca, Neuza Takahashi, a nova tecnologia do IP trará impacto para toda a indústria mundial de salmão, peixes nativos e peixes marinhos. “A criação de peixes carnívoros depende de ração a base de farinha de peixe, na qual 5 kg de peixes marinhos capturados são usados para produzir 1 kg de peixe cultivado. Tal impacto sobre a natureza não é mais tolerado. Os consumidores exigem uma ração com insumos não extrativista, como essa que desenvolvemos”, afirma.

Neuza explicou ainda que os peixes carnívoros suprem o nicho mais valorizado do mercado consumidor. Entretanto, seu cultivo em cativeiro exige uma alimentação que atenda requisitos nutricionais mais específicos, em contraste a peixes que se alimentam de plantas ou detritos do fundo. “O sucesso em atender a tais requisitos nutricionais é verificado por meio de teste com truta arco-íris, modelo experimental internacional de peixe carnívoro. Se aprovado para a truta, o produto é geralmente extensível para outras espécies carnívoras”, explica a pesquisadora.

Para o desenvolvimento do novo ingrediente, a BRF Ingredients utilizou subprodutos da indústria de processamento de aves, fontes proteicas renováveis de qualidade e rastreáveis. “A aquicultura do futuro tem que ser sustentável econômica e ambientalmente, portanto, além do uso de fontes proteicas alternativas de qualidade a busca por ração comercial ZERO-Farinha de Peixe é a forma de preservar os recursos marinhos limitantes e garantir o crescimento da indústria aquícola”, afirma Neuza.

Fonte:panoramadaaquicultura.com.br