O mercado de ração animal na América Latina vem apresentando um crescimento expressivo nos últimos anos. O aumento da demanda por proteínas de origem animal, impulsionado pelo crescimento populacional e pela melhoria da renda em diversos países da região, fortalece a expansão desse setor. Neste artigo, apresento o tamanho do mercado, as perspectivas para o futuro, a viabilidade da produção de equipamentos no Brasil, além da oferta e demanda por equipamentos e ração e outros temas adicionais.
De acordo com estudos da Alltech Global Feed Survey, a produção global de ração animal atingiu cerca de 1,3 bilhão de toneladas em 2023, com a América Latina representando aproximadamente 20% desse volume. O Brasil se destaca como o maior produtor da região, com cerca de 85 milhões de toneladas anuais, seguido pelo México, Argentina e Chile.
Os principais segmentos consumidores de ração incluem:
Em termos de valor, o mercado de ração animal na América Latina movimentou aproximadamente US$ 40 bilhões em 2023, sendo que o Brasil representa mais de 50% desse montante.
Em 2023, o Brasil registrou os seguintes efetivos de rebanhos:
Esses dados são fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e refletem a contínua relevância do Brasil na pecuária mundial.
O mercado de ração animal no Brasil desempenha um papel fundamental no setor agropecuário, sustentando a pecuária e a produção de proteína animal para consumo interno e exportação. Este artigo apresenta um panorama completo sobre a capacidade de produção e demanda por estado, utilizando dados atualizados e análises detalhadas.
O Brasil é um dos principais produtores mundiais de ração animal, com uma indústria altamente desenvolvida e competitiva. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Ração Animal (ABRA), a produção nacional ultrapassa 80 milhões de toneladas anuais, abrangendo diversos segmentos, como bovinos, suínos, aves, pets e aquicultura.
Os principais impulsionadores desse mercado são:
A produção de ração animal no Brasil está concentrada nos estados com forte atuação agropecuária. Abaixo, detalhamos os principais estados produtores e sua capacidade aproximada de produção:
1. São Paulo
2. Paraná
3. Rio Grande do Sul
4. Minas Gerais
5. Mato Grosso
6. Santa Catarina
7. Goiás
8. Mato Grosso do Sul
A demanda por ração animal no Brasil segue a distribuição da produção, com destaque para os setores de aves e suínos, que consomem cerca de 75% do total de ração produzida. O setor de bovinos representa cerca de 20%, enquanto pets e aquicultura completam o restante do consumo.
Esses estados concentram as principais cooperativas e agroindústrias, o que eleva ainda mais a necessidade de rações de alta performance.
O setor de ração animal na América Latina apresenta tendências promissoras devido a diversos fatores:
Segundo previsões da FAO, a produção de ração na América Latina pode atingir 300 milhões de toneladas até 2030, impulsionada pela expansão da agropecuária.
Vários fatores influenciam diretamente a produção e demanda de ração no Brasil:
1. Preços das Matérias-Primas
O custo da ração é fortemente influenciado pelos preços do milho e farelo de soja, principais ingredientes na formulação. Variações cambiais e safras impactam diretamente o setor.
2. Crescimento da Produção Animal
A demanda por ração acompanha o crescimento dos rebanhos de bovinos, suínos e aves, além da crescente humanização dos pets, que impulsiona o mercado de ração premium.
3. Sustentabilidade e Regulamentação
A adoção de práticas sustentáveis e o cumprimento das normas ambientais são cada vez mais relevantes para a competitividade das empresas do setor.
O mercado de ração animal no Brasil continuará crescendo, impulsionado por:
A expectativa para os próximos anos é que o setor ultrapasse 90 milhões de toneladas anuais, acompanhando a expansão da produção agropecuária e a demanda crescente por proteína animal.
O Brasil tem uma capacidade instalada de produção de ração animal superior a 100 milhões de toneladas por ano, sendo um dos maiores produtores globais. No entanto, o consumo interno gira em torno de 85 milhões de toneladas anuais, o que indica uma margem de crescimento e possibilidades de exportação.
Os principais consumidores da ração nacional são:
Esse cenário demonstra que, apesar de o Brasil ter uma grande capacidade produtiva, o consumo ainda está aquém do total que poderia ser produzido, o que abre oportunidades para a exportação de ração para outros países da América Latina e demais mercados internacionais.
A produção de equipamentos para a fabricação de ração no Brasil é um setor estratégico, pois permite a redução da dependência de importações e o fortalecimento da indústria nacional. O país conta com grandes fabricantes de equipamentos, como misturadores, peletizadoras, extrusoras e secadores.
A América Latina possui uma oferta crescente de equipamentos e ração, mas ainda enfrenta desafios para atender à demanda total.
A produção de ração animal envolve uma série de etapas, cada uma delas utilizando equipamentos específicos para garantir qualidade, eficiência e segurança. Entre os principais equipamentos utilizados, destacam-se:
Esses equipamentos são essenciais para a eficiência produtiva e a padronização da ração, aspectos cada vez mais exigidos pelo mercado consumidor.
A fabricação de equipamentos para a produção de ração está concentrada principalmente em Brasil, México e Argentina. Empresas multinacionais como Bühler, Wenger, Famsun, Andritz dentre outras, dominam o mercado, ao lado de fabricantes nacionais que buscam expandir suas operações.
A crescente necessidade de ração pressiona a indústria a modernizar suas fábricas. Os principais investimentos ocorrem em:
A demanda por equipamentos tecnológicos que otimizam a produção e reduzem desperdícios está em alta, especialmente em grandes cooperativas e agroindústrias.
No setor de produção de ração animal, o Brasil possui uma indústria de bens de capital relativamente desenvolvida, mas ainda dependente da importação de alguns equipamentos e tecnologias de ponta. Abaixo listo, os principais equipamentos que geralmente não são fabricados no Brasil ou cuja fabricação nacional é muito limitada:
1. Extrusoras de alta capacidade e tecnologia
Embora existam fabricantes nacionais de extrusoras, os modelos de alta performance usados para produção de pet food premium e rações especiais (como as extrusoras co-rotativas com controle térmico avançado) ainda são majoritariamente importados de países como Alemanha, EUA, China e Suíça.
2. Sistemas de automação e controle digital
Os softwares de automação industrial específicos para plantas de ração, como SCADA, MES integrados e sistemas de rastreabilidade em tempo real, geralmente são importados, especialmente os de alto desempenho e integração total com ERPs agroindustriais.
3. Analisadores NIR (Near Infrared Reflectance)
Utilizados para análises instantâneas da composição nutricional dos ingredientes e da ração pronta, os equipamentos de espectroscopia NIR de precisão ainda são, em sua maioria, importados da Europa, China e dos EUA.
4. Peletizadoras com condicionamento multietapas
As peletizadoras mais simples são produzidas localmente, mas equipamentos com múltiplos estágios de condicionamento, usados para rações mais complexas e com maior controle de digestibilidade, geralmente são fabricados por empresas como Bühler, FAMSUN, Andritz, CPM e Wenger, dentre outras, que operam globalmente.
5. Sistemas de microdosagem de alta precisão
Esses sistemas, que dosam ingredientes em quantidades extremamente pequenas (como aditivos, vitaminas e medicamentos), ainda são amplamente importados, dada a complexidade dos sensores e atuadores utilizados.
6. Secadores e resfriadores rotativos de grande porte
Equipamentos usados na etapa final do processo, principalmente na produção de ração extrusada e snacks para pet food. Os modelos industriais de grande escala, com controle climático e economia energética, são importados, em especial de fabricantes norte-americanos e europeus.
A oferta de ração animal na América Latina é dominada por grandes empresas como Cargill, BRF, Bunge e ADM, além de milhares de produtores independentes. Os principais ingredientes utilizados são:
A crescente industrialização da pecuária impulsiona a demanda por rações balanceadas e de alta performance. As tendências incluem:
O mercado de ração animal na América Latina está em plena expansão, impulsionado pelo aumento do consumo de proteína animal, modernização da agroindústria e avanços na nutrição animal. O Brasil, como maior produtor da região, tem grande potencial para fortalecer sua indústria de equipamentos e se tornar um exportador global. O futuro do setor depende de investimentos em tecnologia, eficiência produtiva e sustentabilidade.
O mercado de ração animal no Brasil é um dos pilares do agronegócio nacional, garantindo a eficiência e a competitividade da pecuária. Com um crescimento contínuo e inovações tecnológicas, o setor se fortalece para atender às demandas do mercado interno e externo.