O organismo dos cães necessita de nutrientes básicos, tais como: água, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais.
Energia não é um nutriente, mas é necessária para que se possa desempenhar funções metabólicas e fisiológicas. Algumas fontes de energia que podemos citar são: carboidratos, gorduras e proteínas que excedam os requisitos de aminoácidos do animal. Tais nutrientes variam em sua energia metabolizável, ou seja, a quantidade de energia disponível para os tecidos após a perda de energia nas fezes, urina e gases.
Considerando carboidratos e proteínas, temos, em média, 3,5 Kcal de energia metabolizável/ g; já no caso das gorduras, temos, em média, 8,5 Kcal de energia metabolizável/ g. Devido à alta densidade energética das gorduras, ou seja, maior número de calorias por unidade de peso quando comparado aos carboidratos ou proteínas, sua proporção na dieta irá variar significativamente dependendo do estágio de vida e nível de atividade do animal.
Em relação às necessidades nutricionais de proteínas, o cão requer 22 aminoácidos para a síntese das várias proteínas do corpo. Destes aminoácidos, dez são essenciais (arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina). Esses aminoácidos não podem ser produzidos pelo corpo em uma taxa suficiente para atender aos requisitos de desempenho ideal e, portanto, devem estar presentes na dieta em quantidades que correspondam às necessidades do animal.
Em geral, as necessidades de proteína dependem da qualidade da proteína (conteúdo de aminoácidos), digestibilidade da proteína, ingestão de energia, estado nutricional anterior, padrão de alimentação, idade, taxa de crescimento, estado de reprodução e relação proteína/ energia. Para garantir o atendimento às necessidades proteicas de cães adultos, a AAFCO (Association of American Feed Control Officials) adotou um mínimo de 18% de proteína bruta nas dietas para manutenção e um mínimo de 22% nas dietas para crescimento ou reprodução. Ao contrário das sugestões de que o consumo excessivo de proteína é prejudicial, níveis dietéticos mais elevados não implicam no comprometimento das funções renais em cães normais.
Embora não tenha sido documentada uma necessidade obrigatória de carboidratos digestíveis (simples, como a sacarose ou complexos, como o amido) na dieta de cães, tais animais podem utilizar essas substâncias quando fornecidas na dieta e na forma adequada. Amido de grãos de cereais (milho, trigo, sorgo, cevada ou arroz) constituem a principal fonte de carboidratos em alimentos comerciais para cães.
A maior parte do amido da dieta é altamente utilizado pelo cão devido ao processo de gelatinização (exposição ao calor e à umidade) que ocorre durante o cozimento ou extrusão. Este processo expande a molécula de amido, diminui a ligação de hidrogênio entre as unidades de glicose e melhora a digestão do amido.
Em relação às necessidades de gorduras na dieta, podemos dizer que baixos níveis de gordura na dieta resultam em falta de energia e possível redução da ingestão de alimentos devido à diminuição da palatabilidade. Altos níveis de gordura na dieta também podem ter efeitos negativos, como causar obesidade e / ou diarreia. A deficiência de ácidos graxos essenciais geralmente é resultado da alimentação com dietas mal formuladas e/ ou armazenadas em ambientes que promovem a oxidação dos ácidos graxos. Os sintomas da deficiência de ácidos graxos essenciais incluem uma pelagem áspera, seca e sem brilho, queda de pelo, lesões na pele e anemia.
Para evitar tal deficiência, recomenda-se que os alimentos para cães contenham pelo menos 5% de gordura para manutenção, dos quais 1% como ácido linoleico. Níveis mais elevados de gorduras na dieta (especialmente aquelas ricas em ácidos graxos essenciais) são normalmente desejáveis para aumentar a palatabilidade e melhorar a aparência do pelo.
Em relação às necessidades nutricionais de vitaminas, devemos dividi-las em 2 grupos, aquelas solúveis em gordura (A, D, E e K) e solúveis em água (complexo B e ácido ascórbico).
A deficiência de vitaminas é muito rara porque a maioria dos alimentos comerciais para cães contém quantidades suficientes em seu premix. As necessidades de vitaminas para cães adultos aumentam significativamente durante a gestação, lactação e trabalho muscular devido ao aumento do gasto de energia sob tais condições fisiológicas.
Como várias vitaminas não são estáveis devido ao calor, luz, oxidação, umidade ou interações minerais, sugere-se que quantidades suficientes sejam incluídas nos alimentos para cães para garantir que os níveis recomendados dessas vitaminas estejam presentes no momento da alimentação. Altos níveis de vitamina A ou vitamina D, entretanto, podem ser prejudiciais ao cão.
Em relação às necessidades nutricionais de minerais, existem vários elementos inorgânicos (minerais) que são exigidos pela maioria dos animais, incluindo cães. Esses minerais são divididos em dois grupos (macro minerais e microminerais) com base nas quantidades necessárias na dieta. Os macro minerais são: cálcio (Ca), fósforo (P), magnésio (Mg), enxofre (S), sódio (Na), cloro (Cl) e potássio (K).Esses minerais respondem pela maior parte do conteúdo mineral do corpo e devem estar presentes na dieta em concentrações muito mais altas do que os microminerais.
Os microminerais essenciais para o cão incluem ferro (Fe), cobre (Cu), manganês (Mn), zinco (Zn), selênio (Se), iodo (I), cromo (Cr) e flúor (F). Outros minerais que podem ser importantes para o cão incluem molibdênio (Mo), silício (Si), arsênio (As), níquel (Ni) e vanádio (V).
O cloreto de sódio é geralmente incluído em alimentos secos para cães como 1% da dieta. Isso é calculado para fornecer uma quantidade diária de 95 mg de sódio e 147 mg de cloro por quilograma de peso corporal.
Fonte: AAFCO; Association of America Feed Control Officials; https://www.aafco.org/