Desde que a pandemia de Coronavírus chegou ao Brasil e governos de diversos estados declararam quarentena, muitos dos donos dos mais de 139 milhões de pets no país, dos quais 54,2 milhões cães e 23,9 milhões, gatos, se veem com muitas dúvidas sobre como cuidar da saúde dos seus bichinhos (os números são do Instituto Pet Brasil). Para esclarecê-las, Karina Mussolino e Kelli Nicida, respectivamente Gerente de Operação Veterinária e Coordenadora de Operação Veterinária da Petz, dão dicas para que tutores e seus pets tenham bons momentos em casa.
Segundo elas, nesse período de isolamento social todos os cuidados básicos precisam ser mantidos, o que inclui: alimentação adequada, água sempre a vontade, atividade física e brincadeiras. Estabelecer uma rotina das atividades também pode ajudar a diminuir o estresse e melhorar a interação da família com eles. Elas aconselham procurar dedicar um tempo para os pets, pois o simples fato de estarmos por perto, interagindo ou afagando nosso animal de estimação é extremamente reconfortante e prazeroso para eles.
Antes de tudo, elas respondem a uma questão comum: quando levar ao veterinário? Este profissional deve ser informado em qualquer sinal de anormalidade. Situações que precisam de um acompanhamento médico são: casos de vômito, diarreia, secreção anormal nos olhos ou nariz, ficar quieto demais, parar de comer e nas urgências e emergências, como quedas, traumas, mordidas, desmaios, convulsões etc.
Mas há outras situações em que os sinais são mais sutis, como aumento ou diminuição da ingestão de água ou alimento, alterações no volume, cor ou odor das fezes e urina, sonolência ou frio excessivos, entre outros. Nestes casos, o veterinário deve ser informado, pois dará as orientações adequadas. Por isso recomendam: na dúvida, entre em contato com seu médico veterinário de confiança, pois ele é o profissional mais adequado para avaliar a situação e dar a melhor orientação.
CORTE DAS UNHAS
• Deve-se observar se há crescimento exagerado, pois isto pode se tornar um problema. Unhas compridas em excesso podem penetrar na pele e causar inflamação e infecção, causar desconforto para caminhar e correr e tem maior risco de enroscarem em algum objeto e quebrarem ou serem arrancadas, causando sangramento e dor ao animal.
• As unhas não devem ser cortadas em casa, melhor levar ao veterinário, pois existem riscos de corte errado, sangramento e que podem causar dor e trauma no pet.
BANHOS
• Deve ser dado com água morna, xampu neutro próprio para a espécie e com cuidado para não deixar entrar água nos ouvidos. Xampus que possuam outras indicações, como antialérgico, branqueador, antipulgas etc., devem ser utilizados preferencialmente com orientação veterinária.
• Utilize algodão para proteger os ouvidos. Existem alguns tipos especiais, como os hidrofóbicos e os parafinados, que são mais eficientes, porém, se não houver disponibilidade, utilize algodão comum, tomando o cuidado de não jogar a água diretamente nessa região. Ao final do banho, troque por um algodão seco e massageie o conduto auditivo externamente para remover a água que possa ter penetrado e diminuir o risco de problemas e infecções de ouvido (otite), apesar desta não ser a única causa que provoque o problema.
• É importante remover bem todo o resíduo de xampu durante o enxágue e secar bem os pelos e utilizar o secador, sempre na temperatura morna, devendo ser passado por todo o corpo, não esquecendo partes como axilas, patas, entre os dedos, face e rabo.
TOSAS
• A tosa é um processo mais complicado e arriscado para ser feito sem ajuda de um profissional, tanto pelo risco de o resultado estético não ficar dentro do esperado quanto pelo risco de acidente.
• Há vários modelos de máquinas de tosa disponíveis nos petshops, porém são equipamentos cortantes que exigem técnica para serem manuseados de forma correta.
COMBATER O ESTRESSE
• Alterações relacionadas ao estresse nos cães costumam se expressar por meio de comportamentos repetitivos, como lambedura, latido ou vocalização e inquietação excessivos. Roer ou destruir objetos pode ser ocasionado por estresse, bem como algumas outras alterações de comportamento mais sutis, como “lamber o ar” e bocejar sem sono, também podem ser levados em consideração.
• Boas medidas são as aquelas que distraiam seu pet. Seja por meio de atividade física propriamente dita, como caminhadas e corridas, mesmo que realizadas dentro da casa ou apartamento, quando possível, seja com brincadeiras como buscar a bolinha e bichinhos de pelúcia até mordedores e brinquedos com petisco ou luzes e sons.
• Existem também medicações que podem ajudar em algumas situações, mas devem ser utilizadas com orientação do médico veterinário.
• Quando estressados, para evitar que danifiquem a mobília, por exemplo, o ideal é minimizar a causa de base por meio da interação com o pet e de atividades que desviem o foco para outras distrações. Caso não seja possível, existem alguns produtos repelentes à venda que podem ser aplicados nos móveis e, assim, ajudar a diminuir o problema se utilizados junto com outras medidas de redução do estresse.
• Outra dica é enriquecer o ambiente com brinquedos interativos já disponíveis no mercado pet.
• Com relação à limpeza da casa e dos pratinhos de comida e água, todas as medidas de higiene precisam ser mais rigorosas e intensas de maneira abrangente, independente da presença ou não dos pets por mais tempo dentro de casa, pois qualquer objeto pode servir como potencial contaminante.
EXERCÍCIOS
• Como muitas pessoas estão evitando sair para passear com os cães, precisamos nos adaptar da melhor forma possível, inclusive na maneira de manter uma atividade saudável. Teremos que buscar formas criativas pois cada família tem uma demanda, um espaço físico e uma disponibilidade diferentes.
• Caminhadas, corridas e brincadeiras são sempre bem-vindas e podem ser adaptadas à maioria dos lares. Nessas horas vale o uso da criatividade, levando em conta a segurança da família e dos nossos companheiros peludos.
• Dicas para garantir um exercício seguro: realizar as atividades em local que não escorregue para evitar quedas e torções; evitar atividades repetitivas de alto impacto, como subir e descer de camas, sofá e escadas sem orientação médica; nunca brincar com objetos pequenos que possam ser engolidos; não utilizar linhas, barbantes, cordões ou meias na atividade, pois o pet pode ingerir acidentalmente; não deixar o animal sem supervisão em banheiras e piscinas; procurar um ambiente protegido por grades, telas ou portões, evitando locais altos abertos como lajes ou varandas sem grades ou telas de proteção; após os passeios, não esquecer de higienizar as patinhas do seu pet com água e sabão ou lencinhos umedecidos próprios para a espécie. Por fim, Karina Mussolino e Kelli Nicida recomendam que os tutores consultem o veterinário, a fim de que você saiba quais são as brincadeiras mais apropriadas ao seu pet.
fonte: Jornal Daqui